Extraído da revistas Sexto Sentido 44
Matéria e espírito reagindo entre si, energias construindo a realidade. O principio da vida é fruto de uma confluência de probabilidades quânticas unidas pela vontade da consciência, e essa é a alma quântica.
O filosofo Alberto Cabral falou conosco sobre as conexões ocultas entre a física e a alma. O estudioso
vem erguendo novos alicerces, tanto na física quântica quanto nos campos mais avançados das ciências espiritualistas, para reunir numa visão holística os conceitos de ambas, oferecendo uma explicação para os vários níveis de existência em nosso universo.
A FÍSICA SE UNE À ESPIRITUALIDADE no campo da consciência, mas é uma conexão que existe além da matéria, além até do que muitos chamam de matéria espiritual (ou matéria sutil); é um princípio, é a substância mais íntima do universo, como se fosse um “DNA” do universo. Essa consciência teria uma única função no universo, que seria existir, simplesmente existir; ela seria fruto de “algo” que muitos classificam como Deus.
Na verdade, tal “consciência” estaria mais próxima do conceito chinês do Tao, ou da iluminação no Zen, pois não existiriam palavras para descreve-la pura e objetivamente. Ela seria o motor por trás de todas as coisas que existem em nosso universo.
A consciência não é a mesma coisa que o pensamento, como poderíamos supor; ela é o que está por trás do pensamento, por trás da energia ou da matéria. Contudo, essa consciência interage com o universo de várias formas, pois ela é tão imaterial que precisa de um meio para existir e exercer sua ação; nesse instante, temos a ação do pensamento, do espírito e da matéria.
Essa consciência participa da fabricação do que nós chamamos de espaço e tempo (segundo as bases teóricas da Mecânica da Relatividade de Einstein, todo o universo é formado por uma teia de relações físicas relativas entre si, conhecida como espaçotempo) e, a partir desse estado de energia e dos potenciais em todas as esferas e existência (mente-corpo-espírito), cria a realidade material sensível aos nossos sentidos.
Essa criação da realidade material passa por uma série de etapas,nas quais cada parcela dessa “vontade” adquire características, absorve energias e molda o espaço à sua volta para fazer parte dos diversos níveis de percepção.
O mundo espiritual é um meio que guarda uma certa capacidade de “ser”, isto é, no mundo espiritual, existem as diversas possibilidades de todas as coisas que estão para surgir em nosso mundo material, desde o reino das fadas até as maiores realizações da ciência. Contudo, essas potencialidades, embora possuam uma certa “densidade”, não são “matéria”. Para surgirem como tal precisam de mais do que isso; precisam de algo que as traga para o plano físico.
Cabral diz que o mundo espiritual seria uma das etapas de “densificação da consciência” - como explicado acima.
Na verdade, podemos explicar esse conceito segundo as bases da física quântica, pois existiria um aumento das probabilidades, o que resultaria na densificação da “idéia” em matéria (na física quântica, tudo é medido segundo probabilidades de “algo” acontecer, ou seja, quanto maior a porcentagem nas equações, maiores são as chances daquilo se manifestar no mundo físico).
Exemplificando, o mundo espiritual seria um mundo que tem um certo grau de probabilidade de existir; um grau menor de probabilidade em relação ao nosso, mas ainda assim é um grau de probabilidade, que produz resultados num meio de menor densidade (nas esferas sutis, muitos relatam que ao pensarem em algo, o meio ambiente se modula e constrói algo semelhante ao que foi imaginado), ou seja, uma matéria menos densa, algo que chamamos “mais sutil”.
Sabemos que existem probabilidades das coisas acontecerem; a “consciência” consegue atuar sobre tais probabilidades independentemente de existir matéria ou não. A “consciência” gera novas probabilidades para interagir com o mundo físico.
Ela vai atingindo gradualmente o plano físico, gerando um campo crescente de probabilidades, aumentando progressivamente sua influência. Nesse ponto, ela atinge o plano mental, depois o espiritual e, por fim, o plano físico.
Nesse instante, entramos no polêmico Paradoxo de Young (elaborado por Thomas Young [1773-1829]. Segundo esse paradoxo, quando uma experiência é registrada, na verdade ela é influenciada pelas expectativas dos pesquisadores; portanto, os resultados finais refletiriam o que os observadores “desejariam”). A questão do observador é central nas pesquisas quânticas, pois quando se analisa uma partícula, o comportamento dela é determinado pela maneira pela qual é observada. O observador tem o poder de modificar o estado físico da experiência. O grande problema da física quântica é responder de onde vem o poder do observador.
O interessante disso, segundo Alberto Cabral é que o observador determina o resultado no momento em que olha; enquanto o observador não olha não se pode dizer o que está acontecendo; é o observador que está determinando a realidade.
É a “consciência” determinando a realidade.
Para a física, isso é algo inexplicável.
Nessa proposta da “física espiritual” desenvolvida por Cabral, é a consciência que determina as probabilidades. Quando a “consciência” olha, ela determina as probabilidades e estabelece um padrão no universo para aquele evento singular. Aquilo que é observado passa a existir, de uma determinada forma, até deixar de ser observado. Nesse ponto, cruzamos com a teoria do universo que é proposta no livro o Universo Autoconsciente, do físico indiado Amit Goswami. Nessa obra, temos relatos de experiências que os físicos fizeram em laboratórios renomados e com grande acuro científico dizendo que, quando as coisas não são observadas, a téria se torna difusa se “algo" não é pensado e observado longamente.
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