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A Fisica Quantica

 Almir Caldeira


O que é, e para que serve 

Já faz cem anos que Planck teve de lançar mão de uma expressão inusitada para explicar os seus resultados da medida da intensidade da radiação emitida por um radiador ideal - o corpo negro - levando-o assim a estabelecer o valor de uma nova constante universal que ficou conhecida como a constante de Planck. A partir daí, e também em função de outras experiências que apresentavam resultados igualmente surpreendentes no contexto da mecânica de Newton e do eletromagnetismo de Maxwell, os pesquisadores do começo do século passado se viram obrigados a formular hipóteses revolucionárias que culminaram com a elaboração de uma nova física capaz de descrever os estranhos fenômenos que ocorriam na escala atômica; a mecânica quântica. 

Esta teoria, com a sua nova conceituação sobre a matéria e os seus intrigantes postulados, gerou debates não só no âmbito das ciências exatas mas também no da filosofia, provocando assim uma grande revolução intelectual no século XX. Obviamente que, além das discussões sérias e conceitualmente sólidas, as características não cotidianas dos fenômenos quânticos levaram muitos pesquisadores, e também leigos, a formular interpretações equivocadas da nova teoria, o que infelizmente, ainda nos nossos dias, atrai a atenção das pessoas menos informadas. 

Mas, no final das contas, quais são estes efeitos tão estranhos dos quais estamos falando e qual é a sua relevância para o nosso cotidiano, se existe alguma? Bem, para provar que não estamos falando de coisas inúteis, comecemos pela segunda parte desta pergunta. 

O leitor certamente se surpreenderia se disséssemos que sem a mecânica quântica não conheceríamos inúmeros objetos com os quais lidamos corriqueiramante hoje em dia. Só para se ter uma idéia podemos mencionar o nosso aparelho de CD, o controle remoto de nossas TVs, os aparelhos de ressonância magnética em hospitais ou até mesmo o micro-computador que ora usamos na elaboração deste artigo. Todos os dispositivos eletrônicos usados nos equipamentos da chamada high-tech só puderam ser projetados porque conhecemos a mecânica quântica. A título de informação, 30% do PIB americano é devido a estas tecnologias. 

Esperando ter convencido o leitor de que estamos longe do terreno da especulação, vamos, então, abordar a primeira parte da pergunta acima lançada. 

O que é a mecânica quântica? 

A mecânica quântica é a teoria que descreve o comportamento da matéria na escala do "muito pequeno", ou seja, é a física dos componentes da matéria; átomos, moléculas e núcleos, que por sua vez são compostos pelas partículas elementares. 

Muito interessante mas…o que isto nos traz de novo? 

A fim de podermos apreciar as novidades que a física quântica pode nos proporcionar, vamos estabelecer alguns conceitos clássicos que nos serão muito úteis adiante. 

O primeiro conceito é o de partícula. Para nós este termo significa um objeto que possui massa e é extremamente pequeno, como uma minúscula bolinha de gude. Podemos imaginar que os corpos grandes sejam compostos de um número imenso destas partículas. Este é um conceito com o qual estamos bem acostumados porque lidamos diariamente com objetos dotados de massa e que ocupam uma certa região do espaço. 

O segundo conceito é o de onda. Este, apesar de ser também observado no nosso dia a dia, escapa à atenção de muitos de nós. Um exemplo bem simples do movimento ondulatório é o das oscilações da superfície da água de uma piscina. Se mexermos sistematicamente a nossa mão sobre esta superfície, observaremos uma ondulação se afastando, igualmente em todas as direções, do ponto onde a superfície foi perturbada. O caso particular aqui mencionado é o de onda material, ou seja, aquela que precisa de um meio material para se propagar (a água da piscina no nosso caso). 

Entretanto, esse não é o caso geral. 

Há ondas que não precisam de meios materiais para a sua propagação, como é o caso da radiação eletromagnética. Aqui, a energia emitida por cargas elétricas aceleradas se propaga no espaço vazio (o vácuo) como as ondas na superfície da piscina. 

Apesar da sua origem mais sutil, a radiação eletromagnética está também presente na nossa experiência diária. 

Dependendo da sua frequência ela é conhecida como: onda de rádio, FM, radiação infravermelha, luz visível, raios-X e muito mais. Pois bem, até o final do século XIX tudo o que era partícula tinha o seu movimento descrito pela mecânica newtoniana enquanto que a radiação eletromagnética era descrita pelas equações de Maxwell do eletromagnetismo. 

O que ocorreu no primeiro quarto do século XX foi que um determinado conjunto de experiências apresentou resultados conflitantes com essa distinção entre os comportamentos de onda e de partícula. 

Estes resultados podem ser resumidos em uma única experiência que passamos a descrever, em seguida, na sua versão clássica. Imagine que uma onda, material ou não, incida sobre um anteparo opaco onde haja duas fendas (ver figura abaixo). Cada uma das fendas passa então a ser fonte de um novo movimento ondulatório. 

Uma característica fundamental deste movimento é o fenômeno de interferência, que reflete o fato das oscilações provenientes de cada uma das fendas poderem ser somadas ou subtraídas uma da outra. Colocando-se agora um segundo anteparo, distante do primeiro, onde iremos detetar a intensidade da onda que o atinge, observaremos como resultado uma figura que alterna franjas com máximos e mínimos da intensidade da onda.

Esta é a chamada figura de interferência. 

     arranjo experimental -  visão frontal       do segundo anteparo 


Vamos agora repetir a mesma experiência com a diferença que, ao invés de ondas, incidimos partículas sobre o primeiro anteparo. O que ocorre nesta nova situação é a presença de duas concentrações distintas de partículas atingindo o segundo anteparo. Aquelas que passam por uma ou outra fenda, como mostra a figura abaixo.

Este seria, portanto, o resultado esperado pela física clássica. Entretanto, quando esta experiência é feita com partículas como elétrons ou nêutrons, ocorre o inesperado: forma-se no segundo anteparo uma figura de interferência na concentração de partículas que a atingem, como mostramos em seguida. 

 

 Ainda mais estranho é a repetição desta mesma experiência com apenas uma partícula. Ela passa pelo primeiro anteparo e atinge o segundo em apenas um ponto. Vamos, então, repetir esta mesma experiência um número enorme de vezes. O resultado é que em cada experimento o ponto de deteção no segundo anteparo é diferente. Entretanto, sobrepondo todos os resultados obtidos nos segundos anteparos de cada experiência obtém-se, novamente, a mesma figura de interferência da figura anterior!

Amir O. Caldeira é professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp.

Particula

 Almir Caldeira


Assim, mesmo falando de apenas uma partícula, nos vemos obrigados a associá-la a uma onda para que possamos dar conta da característica ondulatória presente no nosso exemplo. Por outro lado, devemos relacionar esta onda à probabilidade de se encontrar a partícula em um determinado ponto do espaço para podermos entender os resultados de uma única experiência de apenas uma partícula. Este é o chamado princípio da dualidade onda-partícula. 

Um outro fato intrigante ocorre quando tentamos determinar por que fenda a partícula passou. Para resolver esta questão podemos proceder fechando uma das fendas para ter certeza que ela passou pela outra fenda. Outra surpresa: a figura de interferência é destruida dando lugar a apenas uma concentração bem localizada de partículas, a daquelas que passaram pela fenda aberta! Portanto, ao montarmos um experimento que evidencia o carater corpuscular da matéria, destruimos completamente o seu carater ondulatório, ou seja, o oposto ao caso com as duas fendas abertas. Este é o princípio da complementaridade. 

De uma forma geral podemos interpretar os resultados do experimento aqui descrito como os de um sistema sujeito a uma montagem na qual o seu comportamento depende de alternativas A e B (no nosso caso, a passagem da partícula por uma das fendas). Enquanto que na mecânica clássica o sistema escolhe A ou B, aleatoriamente, na mecânica quântica estas duas alternativas interferem. Entretanto, ao questionarmos, ou melhor, medirmos, por qual alternativa o sistema opta, obteremos o resultado clássico. 

Um sistema quântico, ao contrário do clássico, só pode ser descrito através das possíveis alternativas (não necessariamente apenas duas) que a nossa montagem apresente para ele. A onda associada ao sistema carrega a possibilidade de interferência entre as diferentes alternativas e é a informação máxima que podemos ter sobre o sistema em questão. 

A aplicação desta teoria a problemas nas escalas atômicas e sub-atômicas apresenta resultados como a quantização da energia ou o tunelamento quântico que, por si só, já mereceriam a elaboração de um outro artigo para que o leitor pudesse apreciá-los. 

O mais interessante é que a mecânica quântica descreve, com sucesso, o comportamento da matéria desde altíssimas energias (física das partículas elementares) até a escala de energia das reações químicas ou, ainda de sistemas biológicos. O comportamento termodinâmico dos corpos macroscópicos, em determinadas condições, requer também o uso da mecânica quântica. 

A questão que nos resta é então; por quê não observamos estes fenômenos no nosso cotidiano, ou seja, com objetos macroscópicos? Bem, há duas razões para isso. A primeira é que a constante de Planck é extremamente pequena comparada com as grandezas macroscópicas que têm a sua mesma dimensão. Baseados neste fato, podemos inferir que os efeitos devidos ao seu valor não nulo, ficarão cada vez mais imperceptíveis à medida que aumentamos o tamanho dos sistemas. Em segundo lugar, há o chamado efeito de descoerência. Este efeito só recentemente começou a ser estudado e trata do fato de não podermos separar um corpo macroscópico do meio onde ele se encontra. Assim, o meio terá uma influência decisiva na dinâmica do sistema fazendo com que as condições necessárias para a manutenção dos efeitos quânticos desapareçam em uma escala de tempo extremamente curta. 

Entretanto, as novas tecnologias de manipulação dos sistemas físicos nas escalas micro ou até mesmo nanoscópicas nos permitem fabricar dispositivos que apresentam efeitos quânticos envolvendo, coletivamente, um enorme número de partículas. Nestes sistemas a descoerência, apesar de ainda existir, tem a sua influência um pouco reduzida, o que nos permite observar os efeitos quânticos durante algum tempo.

Uma aplicação importante para alguns destes dispositivos seria a construção de processadores quânticos, o que tornaria os nossos computadores ainda mais rápidos. Nesta situação a minimização dos efeitos da descoerência é altamente desejável pois, em caso contrário, estes processadores de nada iriam diferir dos processadores clássicos. 

Como podemos ver, tudo indica que a mecânica quântica seja a teoria correta para descrever os fenômenos físicos em qualquer escala de energia. O universo macroscópico só seria um caso particular para o qual há uma forma mais eficiente de descrição; a mecânica newtoniana. Esta pode ser obtida como um caso particular da mecânica quântica mas a recíproca não é verdadeira. 

Muitos autores, por não se sentirem confortáveis com a chamada interpretação ortodoxa ou de Copenhagen da mecânica quântica, tentam criar teorias alternativas para substituí-la. Entretanto, cabe notar que, apesar da sua estranheza, a mecânica quântica não apresentou qualquer falha desde que foi elaborada na década de 20, o que não nos proporciona evidência experimental que aponte para onde buscar as questões capazes de derrubá-la. 

Amir O. Caldeira é professor do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp.

Teoria Quantica


Silvio Seno Chibeni


Há uma acepção popular da palavra 'teoria' na qual teoria se opõe ao que se considera "comprovado", "concreto", "real" ou de utilidade prática. Por outro lado, assume-se com boas razões que o conhecimento científico é o mais rigoroso que possuímos, tendo também inegável relevância prática, na medida em que está na base da moderna tecnologia. O que o homem comum muitas vezes não sabe é que todo o conhecimento científico é codificado por meio de teorias. 

De um modo geral, podemos entender a ciência como possuindo dois grandes objetivos: 

1) descrever e predizer de forma sistemática os fenômenos de um dado domínio; e

2) explicar esses fenômenos, possibilitando a sua "compreensão". A consecução de ambos esses objetivos requer a formulação de teorias para o conjunto de fenômenos investigados. Nas ciências formalizadas, como a Física e a Química, a capacidade preditiva decorre em grande parte de um formalismo matemático complexo, que permite calcular a ocorrência de certos fenômenos a partir da ocorrência de outros. O poder de explicação, por outro lado, parece depender da possibilidade de entender os conceitos e leis da teoria como contrapartes teóricas de uma realidade subjacente, formada de objetos com determinadas propriedades, que interagem entre si segundo certos princípios. 

Deve-se, pois, para fins de análise filosófica da ciência, distinguir claramente os fenômenos (aquilo que é imediatamente acessível aos nossos sentidos), a teoria (conceitos, leis e formalismo) e a ontologia, ou seja, os objetos reais que, em interação com nosso aparelho sensorial, produzem em nós os fenômenos. Quando se fala na interpretação de uma teoria científica tem-se duas coisas em vista: 

1) o estabelecimento de uma correspondência entre os conceitos teóricos e os fenômenos; e 

2) a postulação de uma ontologia capaz de, à luz da teoria, ser entendida como a realidade subjacente aos fenômenos. Os entes dessa ontologia em geral cumprem o papel de causas dos fenômenos, contribuindo assim para a nossa compreensão de por que eles ocorrem e se inter-relacionam segundo as leis da teoria.

A teoria quântica 

Na década de 1920 surgiu na física uma teoria que viria a se tornar o veículo de quase todo o nosso conhecimento da estrutura da matéria: a mecânica quântica (MQ). É ela que nos fornece os recursos teóricos para descrever o comportamento fundamental das moléculas, átomos e partículas sub-atômicas, assim como da luz e outras formas de radiação. Pode-se afirmar com segurança que a MQ é a teoria científica mais abrangente, precisa e útil de todos os tempos. 

Não obstante seu extraordinário sucesso preditivo, desde a sua criação a MQ apresentou problemas de interpretação em grau sem precedentes na história da ciência. A discussão completa desses problemas requer conhecimentos especializados, não podendo pois ser empreendida aqui. Procuraremos, no entanto, indicar em termos simplificados as características conceituais da teoria quântica que levaram ao seu surgimento, e apresentar em linhas gerais as principais alternativas de solução já propostas. 

As dificuldades interpretativas dessa teoria dizem respeito tanto à forma pela qual a teoria se relaciona com os fenômenos quanto ao delineamento de uma ontologia que lhe seja apropriada. A compreensão desse ponto requer uma breve menção a duas noções fundamentais das teorias físicas: a de estado e a de grandeza física. De um modo geral, estados são caracterizações básicas dos objetos físicos tratados pela teoria. As grandezas físicas são as propriedades mensuráveis desses objetos. Para efeitos de comparação, podemos lembrar que na mecânica clássica o estado de uma partícula de massa m é representado por conjunto de seis números que especificam sua posição e velocidade. Em função desses números a teoria indica como calcular os valores de grandezas físicas como a energia cinética, o momento angular, etc. 

Na mecânica quântica os estados dos objetos são definidos de modo inteiramente diverso, por meio das chamadas funções de onda. É justamente dessa nova (e complexa) forma de representação dos estados que surgem quase todos os problemas de interpretação da teoria.


A Interpretação da Mecânica Quântica  Silvio Seno Chibeni                          
                                   

Energia quantica

 


O fóton é um pequeno pacote de energia que pode ser captado ou emitido pelo elétron. A entrada do fóton no elétron ou a sua saída dele, é expressa pelo aumento ou pela diminuição da energia cinética desse elétron. 

Quando um elétron, situado em uma camada eletrônica alta, M, por exemplo, emite um fóton raio X característico do elemento, esse elétron perde energia cinética e se desloca para a mais baixa, no caso, a camada L. 

Diferentemente, quando um átomo de gás hidrogênio, por exemplo, é submetido a abaixamento de temperatura, há perda de fóton por parte do elétron, o qual deixa a sua orbital, em nível quântico principal igual a 1 e passa para um nível mais baixo, de um nível quântico secundário de 0,836, quando atinge o Ponto de ebulição; a remoção de maior número de fótons leva o elétron desse átomo para um nível quântico secundário de 0,810, no Ponto de fusão. 

Assim, se o estado de excitação do elétron na posição do nível quântico principal é de -13,6 eV (que é a energia de repouso), com o deslocamento para um nível quântico secundário, irá para -16,262 e -16,79 eV, nos Pontos de ebulição e de fusão, respectivamente. 

Cálculos e tabelas para essas variações de energia são apresentados para os 94 primeiros elementos químicos da Tabela Periódica. 

Os estados físicos (fases) da matéria, isto é, as suas condições de estado sólido, líquido ou gasoso, estão na dependência da entrada, da saída ou da permanência de fótons nas denominadas Câmaras de Reserva Térmica (CRTs). As CRTs, no texto, são definidas, classificadas quanto às suas origens, formas e possíveis funções, bem como suas similaridades com os corpos negros cavitários. 

A transferência de calor e o calor específico dos elementos são analisados dentro da Teoria das CRTs. Os fótons raios laser, raios X e raios gama, bem como os fótons da luz visível, todos produtores de calor e, por essa razão, denominados fótons térmicos, são analisados nos seus possíveis mecanismos básicos de produção e de deslocamento (em páctons). 

Os raios laser, produzidos a partir do rubi ou da mistura de hélio-neônio, são vistos com mais detalhes. 

Os fótons raios X, obtidos a partir do choque dos raios catódicos (elétrons acelerados dentro da ampola de Crookes) contra uma parede-alvo, dentro da câmara de vácuo, são descritos, bem como a emissão de fótons raios gama (g) decorrente do estado de excitação nuclear surgido após a betaemissão (b). Os aspectos básicos da Teoria da Relatividade (Especial e Geral), de Einstein, são apresentados, uma vez que essa Teoria foi formulada, em algumas imaginárias experiências, em função da velocidade dos fótons da luz visível (c) e da gravidade.Força de gravidade e Força gravitacional As atuais e efervescentes questões da Gravidade quântica e da Teoria corda são vistas com seus modelos matemáticos Lagrangeanos (dilaton, CGHS, Yang-Mills, Jachiw-Teitelboin, etc.) e seus tipos (I, IIA, IIB e três heteróticos), respectivamente. Todavia, pela Física moderna, a construção de uma adequada e consistente teoria da gravidade quântica é uma questão em aberto.

 Nos textos de ENERGIA QUÂNTICA há proposta colocando Força de gravidade e Força gravitacional destacadas uma da outra; ambas têm origens fotônicas e os fótons que compõem os seus campos são atérmicos, isto é, não provocam mudança de temperatura nas matérias sobre as quais atuam. 

As equações propostas para essas duas Forças têm as estruturas básicas da equação Newtoniana mantidas, porém, a elas são adicionados dois termos: 

1) a função de distribuição de energia de Bose-Einstein (¦BE), dada por ¦BE = 1/ehc/lkT-1, e 

2) a densidade fotônica N, dada por N = 2,03.107.T³ fótons/m³, uma vez que fótons são bósons e obedecem a essa função de distribuição de energia. 

No texto, destaca-se que o núcleo quente da massa geradora de fótons gravitacionais épsilon (e) tem temperatura T variando entre 4.000K (núcleo quente da Terra) e 15.000.000K (núcleo solar) os quais fótons formam um campo gravitacional quântico, de forma elíptica e em platô. 

Os fótons-gravidade delta (d), de maior comprimento de onda que os fótons épsilons, são emitidos, possivelmente, por matéria fria e formam um campo de gravidade esférico e dissipativo, com densidades fotônicas decrescentes, do centro da massa para a periferia, em torno do planeta ou do satélite. 

www.energiaquantica.med.br

A fronteira do conhecimento

 O universo elegante - Brian Greene


1. Vibrando com as cordas 


Chamá-la de tentativa de abafar a verdade seria muito dramático. Porém, por mais de meio século — mesmo em meio às maiores conquistas científicas da história — os físicos conviveram em silêncio com a ameaça de uma nuvem escura no horizonte. O problema é o seguinte: a física moderna repousa em dois pilares. Um é a relatividade geral de Albert Einstein, que fornece a estrutura teórica para a compreensão do universo nas maiores escalas: estrelas, galáxias, aglomerados de galáxias, até além da imensa extensão total do cosmos. O outro é a mecânica quântica, que fornece a estrutura teórica para a compreensão do universo nas menores escalas: moléculas, átomos, descendo até as partículas subatômicas, como elétrons e quarks. Depois de anos de pesquisa, os cientistas já confirmaram experimentalmente, e com precisão quase inimaginável, praticamente todas as previsões feitas por essas duas teorias. 

Mas esses mesmos instrumentos teóricos levam de forma inexorável a uma outra conclusão perturbadora: tal como atualmente formuladas, a relatividade geral e a mecânica quântica não podem estar certas ao mesmo tempo. As duas teorias que propiciaram o fabuloso progresso da física nos últimos cem anos — progresso que explicou a expansão do espaço e a estrutura fundamental da matéria — são mutuamente incompatíveis. 

Se você ainda não ouviu falar dessa feroz controvérsia, deve estar perguntando qual a razão dela. A resposta não é difícil. Em praticamente todos os casos, com exceção dos mais extremos, os físicos estudam coisas que ou são pequenas e leves (como os átomos e as partículas que os constituem) ou enormes e pesadas (como as estrelas e as galáxias), mas não ambos os tipos de coisas ao mesmo tempo. Isso significa que eles só necessitam utilizar ou a mecânica quântica ou a relatividade geral, e podem desprezar sem maiores preocupações as advertências do outro lado. Esta atitude pode não trazer tanta felicidade quanto a ignorância, mas anda perto. 

Porém o universo está cheio de casos extremos. Nas profundezas do interior de um buraco negro uma massa enorme fica comprimida a ponto de ocupar um espaço minúsculo. No momento do big-bang, o universo inteiro emergiu de uma pepita microscópica, perto da qual um grão de areia é algo colossal. Esses são mundos mínimos mas incrivelmente densos, que por isso requerem o emprego tanto da mecânica quântica quanto da relatividade geral. Por motivos que ficarão mais claros à medida que avançarmos, as equações da relatividade geral e da mecânica quântica, quando combinadas, começam a ratear, trepidar e fumegar, como um carro velho. Falando de maneira menos figurativa, quando se juntam as duas teorias, os problemas físicos, ainda que bem formulados, provocam respostas sem sentido. Mesmo que nos resignemos a deixar envoltas em mistério questões difíceis como o que ocorre no interior dos buracos negros ou como se deu a origem do universo, não se pode evitar a sensação de que a hostilidade entre a mecânica quântica e a relatividade geral clama por um nível de entendimento mais profundo. 

Será verdade que o universo, no seu nível mais fundamental, apresenta-se dividido, requerendo um conjunto de regras para as coisas grandes e outro, diferente e incompatível, para as coisas pequenas? 

A teoria das supercordas, uma criança em comparação com as veneráveis teorias da mecânica quântica e da relatividade geral, responde a essa pergunta com um sonoro não. Pesquisas intensas de físicos e matemáticos em todo o mundo revelaram, na última década, que essa nova maneira de descrever a matéria no nível mais fundamental resolve a tensão entre a relatividade geral e a mecânica quântica. Na verdade, a teoria das supercordas revela ainda mais: a relatividade geral e a mecânica quântica precisam uma da outra para que a teoria faça sentido. De acordo com a teoria das supercordas, o casamento entre as leis do grande e do pequeno não só é feliz como também inevitável. 

Essa é uma boa notícia. Mas a teoria das supercordas — ou simplesmente teoria das cordas — leva essa união muito mais adiante. Durante trinta anos Einstein buscou uma teoria unificada da física que entrelaçasse todas as forças e todos os componentes materiais da natureza em um único conjunto de teorias. Ele fracassou. Agora, ao iniciar-se o novo milênio, os proponentes da teoria das cordas proclamam que os fios dessa difícil obra de tecelagem já foram identificados. A teoria das cordas tem a capacidade potencial de demonstrar que todos os formidáveis acontecimentos do universo — da dança frenética dos quarks à valsa elegante das estrelas binárias, da bola de fogo do big-bang ao deslizar majestoso das galáxias — são reflexos de um grande princípio físico, uma equação universal. 

Como esses aspectos da teoria das cordas requerem uma mudança drástica nos nossos conceitos de espaço, tempo e matéria, é necessário deixar passar algum tempo para que nos acostumemos a essas transformações. Mas logo ficará claro que, vista no contexto correto, a teoria das cordas é uma conseqüência natural, ainda que extraordinária, das descobertas revolucionárias da física nos últimos cem anos. Veremos que o conflito entre a relatividade geral e a mecânica quântica na verdade não é o primeiro, mas sim o terceiro de uma série de choques cruciais ocorridos no século XX, confrontos cujos resultados provocaram revisões estonteantes na nossa visão do universo. 
 

O universo microscopico

 O universo elegante - Brian Greene


Durante algum tempo os físicos acreditaram que os prótonsnêutrons e elétrons fossem os verdadeiros "átomos" dos gregos. 

Mas, em 1968, experiências de alta tecnologia feitas no Stanford Linear Accelerator Center (Centro do Acelerador Linear de Stanford) para pesquisar as profundezas microscópicas da matéria revelaram que os prótons e nêutrons tampouco são "indivisíveis". Descobriu-se que eles são formados por três partículas menores chamadas quarks — nome imaginativo, tirado de uma passagem de Finnegans Wake, de James Joyce, e dado pelo físico teórico Murray Gell-Mann, que anteriormente já propusera a sua existência. 

As experiências confirmaram ainda que os quarks apresentam-se em duas variedades, que receberam os nomes, algo menos criativos, de up e down

Um próton consiste de dois quarks up e um down; um nêutron consiste de um quark up e dois down

Tudo o que se vê no mundo terrestre e na abóbada celeste parece ser feito de combinações de elétrons, quarks up e quarks down

Não existe nenhuma indicação experimental de que qualquer uma dessas três partículas seja formada por algo ainda menor. Mas muitas experiências indicam que o universo conta também com outras partículas de matéria. 

Em meados da década de 50, Frederick Reines e Clyde Cowan comprovaram experimentalmente a existência de uma quarta espécie de partícula fundamental, chamada neutrino — cuja existência já fora prevista por Wolfgang Pauli no início dos anos 30. É extremamente difícil detectar um neutrino, partícula fantasma que só muito raramente interage com qualquer outra espécie de matéria: um neutrino com nível normal de energia pode atravessar com facilidade um bloco de chumbo com a espessura de muitos trilhões de quilômetros sem experimentar a menor perturbação em seu movimento. 

Você pode sentir-se muito aliviado com isso, porque agora mesmo, enquanto está lendo esta frase, bilhões de neutrinos lançados ao espaço pelo Sol estão atravessando o seu corpo, assim como toda a Terra, em suas longas e solitárias viagens através do cosmos. 

No final dos anos 30, outra partícula, chamada múon — idêntica ao elétron, exceto por ser cerca de duzentas vezes mais pesada — foi descoberta por físicos que estudavam os raios cósmicos (chuvas de partículas que bombardeiam a Terra do espaço exterior). Como não havia nada na ordem cósmica que demandasse a existência do múon, nenhum enigma por resolver, nenhuma área específica que pudesse ser por ele explicada, Isidor Isaac Rabi, físico de partículas ganhador do premio Nobel, saudou a descoberta do múon com muito pouco entusiasmo: "Quem foi que encomendou isto?", ele perguntou. 

Mas lá estava o múon. E ainda viria mais. 

Os físicos continuaram a provocar choques entre partículas, usando tecnologias cada vez mais poderosas e níveis de energia cada vez mais altos, recriando, por um momento, condições que nunca mais ocorreram depois do big-bang. Entre os traços deixados pêlos estilhaços dessas colisões, eles procuravam outros componentes fundamentais, que se iam somando a uma lista sempre crescente de partículas.

Eis o que eles encontraram: mais quatro quarks — charm, strange, bottom e top — e outro primo do elétron, ainda mais pesado, chamado tau, assim como duas partículas com propriedades similares às do neutrino (chamadas neutrino do múon e neutrino do tau, para distingui-las do neutrino original, que passou a chamar-se neutrino do elétron). 

Essas partículas são produzidas em colisões a altas energias e sua existência é efêmera; elas não são componentes de nada que possamos encontrar normalmente. 

Mas a história ainda não terminou. 

Cada uma dessas partículas tem uma antiparticula que lhe corresponde como par — com igual massa, mas oposta a ela em outros aspectos, como a carga elétrica (assim como as cargas relativas a outras forças que discutiremos abaixo). A antiparticula do elétron, por exemplo, chama-se pósitron — tem exatamente a mesma massa do elétron, mas a sua carga elétrica é +1, enquanto a carga elétrica do elétron é -1. Quando entram em contato, a matéria e a antimatéria podem aniquilar-se mutuamente, produzindo energia pura — e é por isso que há tão pouca antimatéria ocorrendo naturalmente no mundo à nossa volta.

A fisica quantica e a espiritualidade

 Eis-nos no início dos anos 1900. A teoria quântica nos diz que, para compreender o real, é preciso renunciar à noção tradicional de matéria: matéria

tangível, concreta, sólida. Que o espaço e o tempo são ilusões. Que uma partícula pode ser detectada em dois lugares ao mesmo tempo. Que a realidade fundamental  não é cognoscível.

Estamos ligados ao real dessas entidades quânticas que transcendem as categorias do tempo e do espaço ordinários. Existimos através de "alguma coisa" cuja
natureza e espantosas propriedades temos bastante dificuldade de apreender, mas que se aproxima mais do espírito que da matéria tradicional.

Bergson pressentira, mais que ninguém, as grandes mudanças conceituais induzidas pela teoria quântica.

 
No seu entender - exatamente como na física quântica -, a realidade não é causal, nem local: nela, espaço e tempo são abstrações, puras ilusões. 

As conseqüências dessa reformulação ultrapassam em muito tudo aquilo que hoje estamos em condições de acrescentar à nossa experiência, ou mesmo à nossa intuição. 

Pouco a pouco, começamos a compreender que o real está velado, inacessível, que dele percebemos apenas a sombra, sob a forma provisoriamente convincente de uma miragem. 

Mas o que há então sob o véu? 

Diante desse enigma, só existem duas atitudes: uma nos conduz ao absurdo, a outra ao mistério. 

A escolha derradeira entre uma e outra é, no sentido filosófico, a mais elevada de minhas decisões. Sempre dirigi o olhar para o mistério: o da própria realidade. 

Por que existe o Ser? 

Pela primeira vez emergem respostas no horizonte dos saberes. Não podemos ignorar mais esses novos clarões, nem permanecer indiferentes às aberturas de espírito que eles acarretam. Doravante existe, não uma prova - Deus não é da ordem da demonstração -, mas um ponto de apoio científico às concepções propostas pela religião.E é agora, ao aproximar-se esse mundo desconhecido aberto, que um verdadeiro diálogo entre Deus e a ciência pode enfim começar.

Alma quantica

 Extraído da revistas Sexto Sentido 44


Matéria e espírito reagindo entre si, energias construindo a realidade. O principio da vida é fruto de uma confluência de probabilidades quânticas unidas pela vontade da consciência, e essa é a alma quântica. 

O filosofo Alberto Cabral falou conosco sobre as conexões ocultas entre a física e a alma. O estudioso
vem erguendo novos alicerces, tanto na física quântica quanto nos campos mais avançados das ciências espiritualistas, para reunir numa visão holística os conceitos de ambas, oferecendo uma explicação para os vários níveis de existência em nosso universo.

A FÍSICA SE UNE À ESPIRITUALIDADE no campo da consciência, mas é uma conexão que existe além da matéria, além até do que muitos chamam de matéria espiritual (ou matéria sutil); é um princípio, é a substância mais íntima do universo, como se fosse um “DNA” do universo. Essa consciência teria uma única função no universo, que seria existir, simplesmente existir; ela seria fruto de “algo” que muitos classificam como Deus. 

Na verdade, tal “consciência” estaria mais próxima do conceito chinês do Tao, ou da iluminação no Zen, pois não existiriam palavras para descreve-la pura e objetivamente. Ela seria o motor por trás de todas as coisas que existem em nosso universo. 

A consciência não é a mesma coisa que o pensamento, como poderíamos supor; ela é o que está por trás do pensamento, por trás da energia ou da matéria. Contudo, essa consciência interage com o universo de várias formas, pois ela é tão imaterial que precisa de um meio para existir e exercer sua ação; nesse instante, temos a ação do pensamento, do espírito e da matéria. 

Essa consciência participa da fabricação do que nós chamamos de espaço e tempo (segundo as bases teóricas da Mecânica da Relatividade de Einstein, todo o universo é formado por uma teia de relações físicas relativas entre si, conhecida como espaçotempo) e, a partir desse estado de energia e dos potenciais em todas as esferas e existência (mente-corpo-espírito), cria a realidade material sensível aos nossos sentidos. 

Essa criação da realidade material passa por uma série de etapas,nas quais cada parcela dessa “vontade” adquire características, absorve energias e molda o espaço à sua volta para fazer parte dos diversos níveis de percepção. 

O mundo espiritual é um meio que guarda uma certa capacidade de “ser”, isto é, no mundo espiritual, existem as diversas possibilidades de todas as coisas que estão para surgir em nosso mundo material, desde o reino das fadas até as maiores realizações da ciência. Contudo, essas potencialidades, embora possuam uma certa “densidade”, não são “matéria”. Para surgirem como tal precisam de mais do que isso; precisam de algo que as traga para o plano físico. 

Cabral diz que o mundo espiritual seria uma das etapas de “densificação da consciência” - como explicado acima. 

Na verdade, podemos explicar esse conceito segundo as bases da física quântica, pois existiria um aumento das probabilidades, o que resultaria na densificação da “idéia” em matéria (na física quântica, tudo é medido segundo probabilidades de “algo” acontecer, ou seja, quanto maior a porcentagem nas equações, maiores são as chances daquilo se manifestar no mundo físico). 

Exemplificando, o mundo espiritual seria um mundo que tem um certo grau de probabilidade de existir; um grau menor de probabilidade em relação ao nosso, mas ainda assim é um grau de probabilidade, que produz resultados num meio de menor densidade (nas esferas sutis, muitos relatam que ao pensarem em algo, o meio ambiente se modula e constrói algo semelhante ao que foi imaginado), ou seja, uma matéria menos densa, algo que chamamos “mais sutil”. 

Sabemos que existem probabilidades das coisas acontecerem; a “consciência” consegue atuar sobre tais probabilidades independentemente de existir matéria ou não. A “consciência” gera novas probabilidades para interagir com o mundo físico. 

Ela vai atingindo gradualmente o plano físico, gerando um campo crescente de probabilidades, aumentando progressivamente sua influência. Nesse ponto, ela atinge o plano mental, depois o espiritual e, por fim, o plano físico. 

Nesse instante, entramos no polêmico Paradoxo de Young (elaborado por Thomas Young [1773-1829]. Segundo esse paradoxo, quando uma experiência é registrada, na verdade ela é influenciada pelas expectativas dos pesquisadores; portanto, os resultados finais refletiriam o que os observadores “desejariam”). A questão do observador é central nas pesquisas quânticas, pois quando se analisa uma partícula, o comportamento dela é determinado pela maneira pela qual é observada. O observador tem o poder de modificar o estado físico da experiência. O grande problema da física quântica é responder de onde vem o poder do observador. 

O interessante disso, segundo Alberto Cabral é que o observador determina o resultado no momento em que olha; enquanto o observador não olha não se pode dizer o que está acontecendo; é o observador que está determinando a realidade. 

É a “consciência” determinando a realidade. 

Para a física, isso é algo inexplicável.

Nessa proposta da “física espiritual” desenvolvida por Cabral, é a consciência que determina as probabilidades. Quando a “consciência” olha, ela determina as probabilidades e estabelece um padrão no universo para aquele evento singular. Aquilo que é observado passa a existir, de uma determinada forma, até deixar de ser observado. Nesse ponto, cruzamos com a teoria do universo que é proposta no livro o Universo Autoconsciente, do físico indiado Amit Goswami. Nessa obra, temos relatos de experiências que os físicos fizeram em laboratórios renomados e com grande acuro científico dizendo que, quando as coisas não são observadas, a téria se torna difusa se “algo" não é pensado e observado longamente. 
 
 

Materializacoes

 Extraído da revistas Sexto Sentido 44


As  materializações são explicadas da forma simples a partir dessas observações. 

Existe tanto a materialização feita pela consciência lúcida (evoluída e espiritualmente plena), quanto a materialização feita por volume de insistência (quando muitas pessoas desejam a mesma coisa). 

Alberto Cabral diz que a materialização através da física espiritual acontece da seguinte forma: se muitas pessoas pensam em algo elas aceleram o processo de densificação para que aquilo aconteceça ou exista. Contudo, existem materializações que fazem uso de ectoplasma, que é um material intermediário. O ectoplasma é formado a partir de tecidos cedidos por um corpo que, vibrando num determinado estado eletromagnético, pode ser reorganizado fora do corpo como matéria. É dessa forma que surgem as materializações a partir do ectoplasma. 

A partir da física espiritual, ainda podemos ter explicações para grandes fenômenos, como é o caso relatado numa das edições sobre a vida do sábio Yogananda, na qual ele conta experiências de materializações do guru indiano conhecido como Babaji (uma figura lendária e tida como um dos grandes mestres espirituais da Terra. Sexto Sentido 7). Nesse relato, Babaji faz aparecer um castelo, que teria por objetivo servir como alicerce para uma experiência espiritual de um discípulo. Essa materialização não foi feita com o ectoplasma, mas a partir da própria estrutura do universo. A consciência de Babaji emitiu aquele pensamento ou sentimento; então, as probabilidades colapsaram e atingiram um nível crítico, produzindo a transformação da realidade material e o “aparecimento” do castelo; e se fez matéria. Quando a experiência acabou, ele eliminou o pensamento de sua mente, pois havia cumprido sua função, e a matéria se desfez. 

Para a física quântica, o universo é formado por esses “potenciais de ser”. Generalizando, podemos afirmar que somos uma “espuma quântica”, unidades básicas de potencial formando toda uma “espuma” de probabilidades, e essa espuma tem a capacidade de “realizar” matéria, de fazer com que a matéria exista. Essa é uma explicação viável.

O que chamamos de paz interior e amor (como emoções e estado de espírito) é o que na física vemos como ordenação e interação compreensiva; a capacidade de fazer com que as coisas aconteçam. 

Existe uma expressão conhecida na ciência como “potencial do vácuo”. O vácuo absoluto tem potencial de ser qualquer coisa. Alberto Cabral explica que “se você observa passivamente uma região do espaço de vácuo absoluto, você tem um potencial de produzir qualquer coisa momentaneamente, pois o vácuo sofre picos de interferência dos observadores e ele quase vira matéria, mas por falta de ordenação interna, não vira”. 

Isso significa que se alguém estiver olhando para aquela região e emitir um sentimento de que ali deve haver algo, esse algo aparece em algum dos planos de existência. Se a pessoa tiver ordenação interna e essa ordenação não sofrer flutuações de intensidade, o desejo da pessoa se torna real, material, tangível. Portanto, o que chamamos de materialização não está restrito aos eventos paranormais; na verdade, faz parte dos conceitos mais profundos da física e da espiritualidade, ao alcance de todos.

A materia se torna sutil

 Extraído da revistas Sexto Sentido 44


PARTINDO destes conceitos podemos imaginar que todas as formas de vida influenciam a realizada e produzem elementos que tornam sua densidade (como seres materiais) maior ou menor. 

Isso se reflete no modo de Alberto Cabral encarar o fenômeno conhecido como Nova Era. Segundo seus estudos, ele vê a Terra como um ser vivo, muito mais velho que seus habitantes. Como ser vivo, a terra possui uma consciência que atingiu tal grau de maturidade que sua índole fez com que ela tivesse um desejo de compartilhar vida de uma maneira diferente. É um “ser” que virou um planeta. Ela atingiu tanta maturidade que se densificou, gerando uma curva gravitacional em torno do seu potencial e, assim, agregando a matéria e a energia que a transformariam em planeta. Também aproximou as consciências que estavam por aqui e que formaram os outros planetas. Gerando esse colapso de matéria, criando curvas de espaço-tempo em torno da própria “consciência”, quis compartilhar vida. 

Contudo, para entendermos a Nova Era, devemos compreender que existem condições externas ao sistema solar que fazem com que a própria estrutura de espaço-tempo varie em torno de nós. 

Simplificando os conceitos matemáticos e físicos da questão; existe uma grade gravitacional (tanto materialmente como espiritualmente), que atua a grandes distâncias sobre nós, fazendo com que o espaço-tempo ao nosso redor mude de densidade em certos pontos.

O sistema solar, segundo as experiências obtidas por Alberto Cabral, está se dirigindo a uma região com um pouco menos de densidade. 

O que isso significa? 

Que os seres conscientes da Terra irão precisar de uma quantidade menor de probabilidades para formar matéria física. A cada dia que passa, a matéria vai ficar um pouco mais sutil, porém o plano espiritual não está ficando mais sutil; na verdade, nós estaríamos nos aproximando mais da densidade que existe no plano espiritual. Nós estaríamos ficando mais sensíveis, e é isso a Nova Era. Não será uma época na qual nos será dado tudo o que queremos, sem darmos nada em troca. O planeta está caminhando para um nível maior de sensibilidade; então, para reencarnar na Terra, a pessoa já precisa ter uma certa maturidade para lidar com essa sensibilidade, com essa nova forma de matéria sutil. 

Vários astrólogos e profetas preconizaram tais mudanças. A ida para uma Nova Era é fruto do percurso físico e espiritual do planeta. O que ocorre é que devemos analisar qual a condição espiritual de cada um e como lidar com esse processo. 

Alberto Cabral diz claramente que a física apresenta limites ao espírito. Se a pessoa está desequilibrada emocionalmente, ela tem uma sintonia ruim entre os seus sentimentos e a realidade. Então, ela gera pensamentos e emoções de uma densidade maior (como raiva, tristeza, ódio, entre outros); nesse caso será atraída para um planeta de densidade maior. 

Exemplificando, é como se estivéssemos num planeta óleo, e ele vai virar planeta água (água e óleo não se misturam), e quem não for da densidade correta vai ficar preso no óleo. Se você não sutilizar sua maneira de pensar, o seu amor e o seu carinho ficarão presos. Isso está muito além de um Deus, de um Bem e um Mal, pois tais julgamentos são transitórios e incompletos; mudam conforme as eras e conforme os homens, não sendo absolutos. A natureza não impõe julgamentos de valor, não manipula; simplesmente existe. E as condições da natureza dependem da maturidade de cada um, como reage à vida e como atua segundo sua consciência. 

Esse pensamento permite explicar certos aspectos das questões cármicas, por exemplo. Se você se submete a um conjunto de regras negativas que levam a um certo comportamento por hábito, está num caminho intermediário, porque tem a liberdade de agir fora do seu hábito e quebrar o ciclo, mudando a densidade das suas ações, dos seus pensamentos. Contudo, aqueles que seguem determinados comportamentos por medo, como aquele que não mata por ter medo de Deus, na verdade possui todo o potencial letal dentro de si, e o desejo de matar não está resolvido. 

Nesse caso, é necessário avançar nos estudos espirituais e de compreensão pessoal no respeito à vida e às relações das consciências no universo. 

Sendo assim, podemos dizer que tanto as consciências como a própria matéria, em seus mais diversos níveis de densificação, é que construirão uma Nova Era, sem julgamentos divinos; apenas o exercício das mais profundas relações naturais, das chamadas leis universais, geradas no princípio de tudo, pela “consciência” primeira: O Verbo.

Mecanica Quantica 01

 A Mecanica Quântica e o pensamento e Amit Goswani - Paulo Nuno T P Martins


A Física Clássica (Mecânica, Electromagnetismo) propõe uma descrição determinista do Universo. 

A Mecânica Quântica tem a este respeito um esquema que parece paradoxal a quem se formou na mentalidade clássica. 

Um sistema físico é definido por uma função de estado (“função de onda” ou “vector de onda”), e tudo o que se pode saber sobre o sistema num dado instante está contido na função de onda (que designaremos por Ψ). Se a função de onda é uma descrição do sistema, com alguma parecença com aquilo que classicamente se chama “imagem” ou “descrição” é uma questão filosófica em aberto, havendo duas atitudes fundamentais: 

a) Bohr que defende que esta é uma questão ociosa, pois tudo o que adianta é saber que da função de onda se tiram conclusões objectivas; 

b) Penrose que é um pouco mais “realista”, atribuindo uma realidade física objectiva na descrição quântica, denominada por estado quântico, isto é, Ψ descreve a “realidade” do mundo. 

Como quer que seja, o que a Mecânica Quântica tem de mais bizarro vem a seguir: a Equação de Schrödinger dá-nos a evolução da função de onda Ψ ao longo do tempo, sendo esta completamente determinista (que designaremos por Q). Contudo, sempre que “fazemos uma medição” desencadeia-se um processo pouco elaborado de transposição dos fenomenos do mundo linear e simples do nível quântico, para o mundo real da experimentação. 

Este processo envolve o chamado «colapso da função de onda» ou «Redução do vector de estado» (que designaremos por R), sendo este procedimento quem introduz a incerteza na Teoria Quântica. Assim, enquanto que o processo determinístico Q é o que tem envolvido a maior parte do trabalho dos físicos, por seu lado, os filósofos têm estado mais intrigados com o processo não-determinístico da «Redução do vector de estado» R, tendo este processo levantado várias questões filosóficas fundamentais, nomeadamente como e quando é que se verifica a «Redução do vector de estado»? Será que são necessários observadores (ou seres conscientes) para se verificar a «Redução do vector de estado»? E, qual é o mecanismo do cérebro/mente quando se dá a «Redução do vector de estado»? 

A este propósito, Roger Penrose crê que é necessária uma teoria que incorpore aquilo a que se chama a «Redução objetiva da função de onda», na qual a consciência tenha um papel fundamental. É este exatamente o objetivo principal desta tese. 

De fato, autores recentes como Amit Goswami, cientista nascido e formado na Índia e, atualmente professor de Física Quântica na Universidade de Oregon (E.U.A.), defende que os célebres paradoxos da Mecânica Quântica poderão ser “entendidos” quando vistos à luz das filosofias da Índia, particularmente através da filosofia do idealismo monista. 

É certo que o problema do conhecimento tem atravessado toda a filosofia Ocidental, embora os pensadores não europeus tenham sido em geral ignorados, (excepção feita à cultura Islâmica, com a qual houve algum contacto desde o século XII). Já no século XIX, e sobretudo no século XX, surge um interesse pelas filosofias da Índia, introduzindo a ideia de que na sagacidade da Índia, a questão do conhecimento reserva surpresas para quem se limitou a estudar apenas a cultura e a filosofia Ocidental. 

É um fato curioso que os fundadores da Mecânica Quântica tinham alguns conhecimentos das filosofias do Oriente: Schrödinger tinha algum conhecimento das filosofias da Índia, Bohr tinha algum contato com as concepções de Buda e Lao-Tse, mais adiante encontramos obras como o “Tao da Física”, de Capra, ou o “Congresso de Córdova de 1979” que sugerem que as filosofias da Índia são o meio natural para pensar a Mecânica Quântica. Assim, este trabalho é uma contribuição para um estudo mais profundo deste tema.

Mecanica Quantica 02

 A Mecanica Quântica e o pensamento de Amit Goswani - Paulo Nuno T P Martins


A Ciência e a Filosofia dos Gregos até às Teorias da Relatividade
  
Todas as culturas estão ligadas a tradições, de maneira consciente e sobretudo inconsciente. 

Na Grécia começou a estabelecer-se uma oposição entre este conjunto (a “doxa”) e o conjunto dos enunciados obtidos por um processo de averiguação (a “episteme”, a “ciência”). Esta oposição foi-se evidenciando ao longo do tempo, tendo sido radicalizada pelo pensamento moderno: para ele, o inconsciente e o mito não têm valor. 

O século XX teve, em todo o caso, de repensar as relações entre, por um lado, o inconsciente e o mito, e por outro lado, a filosofia e a ciência. É que toda a criação autêntica, (seja obra de arte ou teoria científica), enraíza no inconsciente e no mito. De fato, a psicologia moderna, que nasce com a obra de Fechner e Wundt, serve-se (nas palavras de Fechner), por um lado, da introspecção como método para determinar os “fenomenos internos” ou “fatos da consciência”, e por outro lado, da observação fisiológica que lhe permite determinar as correlações entre esses fenomenos e os fenomenos físicos. 

O lado fisiológico é abordado particularmente, pelos movimentosda psicologia denominados por Cognitivo e Behaviourista (da palavra inglesa “behaviourism”, comportamento). 

No Cognitivismo, defendido, por exemplo, por Ulric Neisser, a valorização é dada ao papel dos processos de conhecimento (vulgarmente designado, de modo menos exato, por processos mentais), e à influência destes na vida emocional e no comportamento humano. 

No Comportamentalismo vê-se o ser humano em termos de respostas aprendidas (a minha família, a minha cultura, o meu país, ...), identificando-se este com um conjunto de conceitos psicossocialmente condicionados e aprendidos nos quais opera, sendo o papel do psicólogo Behaviourista modificar estas respostas através da aplicação de determinadas técnicas, de modo a ser benéfico para um determinado ser. 

Exemplos destas técnicas Behaviouristas, utilizadas por Ivan Pavlov, J.B.Watson e Robert Sharpe, são a “desensibilização” (através de relaxamento), “reforço positivo” (como um elogio, sorriso) e “reforço negativo” (através da remoção duma situação desagradável). 

Por outro lado, no início dos anos 60, alguns teóricos de renome, como Carl Rogers, Maslow e Assagioli, consideraram que a psicologia estava a desvalorizar o ser humano nas suas possibilidades. Na verdade, este não era mais do que um organismo condicionado e determinado pela sua própria biologia e meio ambiental, estudando-o de modo excessivamente analítico, sem valorizar outras áreas. Assim nasceu o movimento Humanista da psicologia, o qual veio a ser determinante para o aparecimento da psicologia Transpessoal. 

A psicologia Humanista procura investigar não só o que a pessoa é num determinado momento, mas também revelar o potencial humano, a criatividade, a auto-transcendência, e as possibilidades de liberdade humana, independentemente dos condicionamentos da sua própria personalidade/Ego. Este inclui o lado “persona”que é a “máscara” (termo introduzido pelos Estóicos, que significa “o que está voltado para o mundo”), e o lado inconsciente (designado por lado “sombra”). Por exemplo, Abraham Maslow delineou uma série de seis estágios no processo de desenvolvimento psicológico da mente humana, a qual começa por necessidades básicas de satisfação do Ego, como sejam o dinheiro, a fama e o poder, até ao último estágio de desejo de conhecimento de si próprio, num nível mais profundo e interior, correspondente ao seu “Eu Superior/Alma”. 

Dentro das várias técnicas, utilizadas pela psicologia Humanista para o autoconhecimento, temos a “Bissociação”, onde contextos diferentes se unem harmoniosamente, resultando num “insight” duma determinada situação, sendo por isso um elemento chave para o ato da Criatividade. 

Maslow fala-nos, a este propósito, das experiências de pico (as chamadas vivências de “Consciência Cósmica”) experimentadas, por exemplo, por místicos, nas experiências “Satori”, do Budismo Zen, e Taoísmo, em que a diferença temporal entre o “Ego/Eu pessoal ” (Amit Goswami designa por “Self Clássico”, pois está relacionado com os processos de percepção secundária ou autopercepção, do tipo eu sou isto...) é aumentada em relação ao “Eu Transpessoal” (Amit Goswami designa por “Self Quântico”, pois está relacionado com os processos de percepção primária que envolvem o reconhecimento, entre dois ou mais “arquétipos” que estão no “Campo da Consciência”). 

Por exemplo, conta-se que Arquimedes, quando descobriu o Princípio da Flutuação, saiu do banho nu gritando, “Eureka, Eureka”, o que era o resultado duma experiência criativa entre o “Self Clássico” e o “Self Quântico”. A este propósito, refira-se que a psicologia do Tibete menciona sete faixas de consciência da identidade do Self, (incluindo o “Self Clássico” e o “Self Quântico”), e que tem origem na ideia Indiana de 3 tipos de pulsões ou 3 “gunas”, referidas no “Bhagavad Gita”: 

“Tamas” que é o impulso do condicionamento do passado, a inércia, a educação e o condicionamento ambiental;

“Rajas” que são os instintos inconscientes, a libido ou a natureza (“Tamas” e “Rajas” estão relacionadas com o “Self Clássico”); 

“Sattwa” que é o equilíbrio e a Criatividade, sendo um modo de cognição relacionado com o “Self Quântico”. 

Assim, o “Campo da consciência/mente” está intimamente ligado à harmonia entre os pensamentos e as emoções negativas e positivas, sendo estes justamente o meio para aceder a um nível mais profundo da mente, permitindo assim a verdadeira Criatividade. Distingue-se entre Criatividade interna e externa, sendo a Criatividade externa, (designada por “Coletivização”), destinada à sociedade em geral, enquanto que a Criatividade interna, (designada por “Individuação”), é dirigida para a transformação pessoal do indivíduo. É o relacionamento entre estes dois processos de “Individuação” e “Coletivização” que pode dar origem à maior Criatividade possível. Devemos acrescentar que a cultura da Índia estabelece 4 períodos de desenvolvimento da Criatividade: 

“Brahmacharya”, (que significa “celibato”), que inclui a infância e o jovem adulto;

“Garhastha”, (que significa “viver como chefe de família”), onde há a identidade com o “Ego/eu pessoal”, (“Self Clássico”), exteriorizando-o em atividades locais dicotomicas, (prazer/dor, sucesso/fracasso), desfrutando-se os “frutos agridoces” do mundo sensível, e onde se é, igualmente, influenciado pelo inconsciente colectivo e pessoal; 

”Banaprashtha”, (que significa “morador na floresta”), que é um período voltado para dentro, de auto-exploração e Individuação, no cultivo do despertar de “buddhi”, e que poderá levar a experiências Transpessoais, designadas por “experiências de pico”, onde há a percepção do “Self-Quântico”. Esta inclui diversas etapas, onde os temas do inconsciente coletivo se manifestam, frequentemente, através de sonhos, e da compreensão dos mitos, e que podem levar a uma maior “liberdade” do “Ego/eu pessoal”; 

Finalmente, temos a etapa “Sanyas”, (literalmente “renúncia”), que culmina na transcendência de todas as dualidades do “Ego/eu pessoal”, designada por “Moksha” no Hinduísmo, “Nirvana” no Budismo. Esta última etapa é particularmente abordada pela psicologia Transpessoal, e é vivida como um “Samadhi” (ao que se sabe poucas pessoas na Terra chegaram a esta etapa espiritual). Aqui há uma renúncia do “Ego/eu pessoal” em prol da Consciência Cósmica, a qual é denominada por “Atman”, pela psicologia Oriental, por Não-Self, pelo  Budismo, por Alma, pelo Cristianismo, e por Self-Transpessoal, pela psicologia Transpessoal.