O reiki segundo o espiritismo 01


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Adilson Marques


"Para trás, todos vós negadores do progresso, para trás, com as vossas crenças de uma outra época. Por que negais o progresso e quereis entravá-lo? É que, querendo vencer, vencer ainda e sempre, condensastes o vosso pensamento em artigo de fé, dizendo à Humanidade: “serás sempre criança, e nós, que temos a iluminação do alto, estamos destinados a te conduzir”. (Mensagem de um espírito publicada em Obras Póstumas, de Allan Kardec, p. 307) 

Interpreto a mensagem acima como um sinal de que a espiritualidade não é monopólio de nenhuma religião e nem mesmo de caminhos espirituais codificados, como é o próprio Espiritismo. O sentido profundo dos valores espirituais encontra-se sempre em uma dimensão pessoal e intransferível. As doutrinas embaçam nossa experiência única com Deus e, muitas vezes, até a impede. Elas servem para preparar o neófito para o grande mergulho na realidade suprema e inefável de um Deus vivo, acolhedor e misericordioso, mas elas não são ainda a experiência numinosa. 

Gradativamente, o que, a princípio, era para ser um caminho científico para auxiliar na renovação moral da humanidade, um caminho para a destruição filosófica do materialismo através da comprovação empírica da vida após a morte e da comunicabilidade natural com os “mortos”, o “espiritismo” virou, no Brasil, mais uma religião preocupada com doutrinação (catequese) e proselitismo. Esqueceu-se que o lema de Kardec era “fora da caridade não há salvação” e se criou um novo: “fora do espiritismo não há salvação”.

Em nossa modesta opinião, o Deus misericordioso de Jesus abençoa todos os caminhos que desejam a regeneração da Terra e a purificação do espírito eterno. E não me parece que o desejo de Kardec fosse que se desmanchasse no ar sua racionalidade e o seu bom senso, para que, em seu nome, se praticasse o preconceito e o fanatismo religioso. 

Felizmente, e graças a Deus, o Espiritismo está nas Leis da natureza, e ele é muito mais amplo e complexo que o kardecismo. Talvez este seja o movimento dominante no seio do Espiritismo brasileiro, o que nos leva a confundir, freqüentemente, Espiritismo com kardecismo e nos faz pensar que os demais movimentos espíritas sejam dissidências. Em essência nunca houve dissidência no movimento espírita. Ocorreu, e continuará ocorrendo, o desabrochar de agrupamentos não kardecistas.

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